U ma das explicações está relacionada a questão de que, o que vale para um caso, nem sempre é o ideal para um outro paciente. Mesmo para o médico fechar um determinado diagnóstico, por vezes ele é obrigado a associar resultados de sua anamnese com resultados de exames laboratoriais e/ou de imagens. E, ao final, em medicina nem sempre 2 + 2 = 4... bem como não existe o “nunca” nem o “sempre”. De certa maneira, tudo é relativo!
Feito este alerta, vamos tentar esclarecer algumas das dúvidas mais suscitadas pelos pacientes que querem mais informações acerca de catarata e seu tratamento:
Na grande maioria dos casos o paciente já sai enxergando. Mas varia a qualidade visual. Alguns, podem já alcançar uma excelente acuidade visual 24 horas após o procedimento... outros, vão progressivamente percebendo uma melhora da sua visão. Dependendo de uma série de fatores, incluindo a presença de outras doenças oculares presentes (doença da córnea, glaucoma, retinopatia diabética, uveítes, degeneração macular, etc), esta recuperação visual pode demandar alguns dias ou poucas semanas.
Nem sempre visão embaçada é sinal de presença de catarata. Outras doenças oculares podem provocar visão embaçada e é muito importante perguntar ao oftalmologista qual é realmente a causa da baixa da visão.
Mas a perda da qualidade visual em apenas um dos olhos ou nos dois, de forma gradativa, com presença de muita sensibilidade ao sol (fotofobia), ou quando dirigindo à noite e recebendo a luz dos faróis de carros que trafegam em sentido contrário, pode significar que uma catarata está em evolução.
Graças ao moderno procedimento de facoemulsificação para extração de catarata, o pós-operatório costuma ser bastante confortável. Raramente produz dor... e se tiver, analgésicos resolvem o problema.
Repouso moderado é sempre aconselhável nos primeiros dias. O que se recomenda é se abster de exercícios físicos nos primeiros dias, evitar banhos de mar ou piscina nos primeiros 7 dias, evitar se abaixar para pegar objetos pesados. Mas o cirurgião é quem irá determinar um maior ou menor rigor neste pós operatório imediato.
Os olhos também podem ficar algo avermelhados, mas não costuma ter nenhum significado na recuperação visual. Deve-se usar os colírios prescritos rigorosamente durante os primeiros dias de pós operatório e, eventualmente, algum medicamento via oral.
Na grande maioria das cirurgias nem precisa levar ponto. Mas, se ele for necessário por uma questão de segurança ocular, será de um material conhecido como mononylon, tão ou mais fino que um fio de cabelo e que será absorvido em poucos meses.
A permanência em ambiente cirúrgico é de curta internação. Alguns cirurgiões preferem ambientes hospitalares, para dar maior segurança aos pacientes de alto risco, como diabéticos, safenados, portadores de disritmias cardíacas, doenças pulmonares graves e outros quadros.
A anestesia é local; apenas em casos de pacientes muito nervosos/ansiosos pode ser feita uma sedação ligeira. O suficiente para eles não terem muita consciência do ambiente de sala de cirurgia.
Arraste as setas para a esquerda e para a direita e veja a diferença entre a visão normal e visão sem nitidez, provocada pela presença de catarata.
É recomendável uma dieta leve até três horas antes do ato cirúrgico e evitar alimentos que vão exigir maior tempo de digestão.
O momento ideal é quando o paciente percebe que não está diferenciando cores de roupas, com dificuldades para usar o computador, para ler placas na rua, etc. Mas existem indivíduos que não se dão conta desta perda progressiva da visão e insistem em que ainda são capazes de, por exemplo, dirigir seu carro. Cabe então ao oftalmologista demonstrar que sua visão está crítica para praticar determinadas ações e que, fazê-las, está pondo em risco sua própria vida.
Os benefícios de poder voltar a ver bem, tanto longe quanto perto, são mais do que evidentes. Riscos existem desde o primeiro momento em que se abre um olho, mesmo com uma incisão tão diminuta. As complicações intra ou pós operatórias variam desde pequenas, facilmente sanáveis, até complicações graves, incluindo a raríssima possibilidade de se ver pior do que antes da cirurgia. O importante é fazer um bom risco cirúrgico e conversar amplamente com o cirurgião que vai operá-lo.
Mesmo com diabetes, este paciente pode e, em certas ocasiões, deve operar a catarata para facilitar o controle do fundo de olho deste tipo de paciente. Leia esta matéria para saber de mais detalhes.
Como em geral a catarata predomina na faixa etária acima dos 60 anos de idade, qualquer paciente idoso pode e deve operar. Lógico, com todos os cuidados que sua idade e co morbidades exigirem. O fato de um paciente já estar próximo dos 100 anos não contraindica a cirurgia. Tudo vai depender do estágio em que esta catarata se encontra.
A moderna cirurgia de catarata permite a implantação de cristalinos artificiais (ou lentes intraoculares) que têm como objetivo a substituição do cristalino humano e opacificado por outro, artificial, transparente e devolver a visão normal. É possível, neste momento, também se corrigir miopia, hipermetropia, astigmatismo e até vista cansada de que o paciente também era portador. Mas, aqui de novo, vale a pena conversar com o cirurgião sobre como customizar esta lente artificial de acordo com as necessidades de cada paciente. Só para dar um exemplo: se o paciente já é míope e, portanto, lê sem óculos, talvez não seja a melhor opção eliminar de todo esta miopia.
Lentes intraoculares existem de vários modelos: monofocais, bi ou multifocais, trifocais, de foco estendido, asféricas, esféricas, tóricas simples, tóricas combinadas com multifocais, etc. Portanto, com tantas opções, é muito possível eliminar o uso de óculos. Mas aqui vale a máxima em medicina: não existe o “sempre” nem o “nunca”. Uma conversa franca com o oftalmologista irá decidir a melhor escolha da lente intraocular para cada caso.
Em casos variados, a cirurgia da catarata por si só consegue ajudar a estabilizar um glaucoma, eliminando o uso de colírios hipotensores. Ou por algum tempo ou até definitivamente. Mas é necessário o paciente se manter vigilante quanto aos parâmetros de sua pressão intraocular por um longo período.
Na rede pública e nos hospitais universitários a cirurgia de catarata com implante de lente intraocular está disponível, sem nenhum custo adicional para os que precisarem de seus serviços.
Esta é uma situação extremamente rara, mas sim, é possível reposicionar o cristalino ou até explantá-lo e subititui-lo por outro de um novo desenho. Lógico que há riscos nesta segunda intervenção, mas também existem meios e recursos para se fazer este novo procedimento dentro de uma certa faixa de segurança.
Não. O que alguns pacientes podem notar é um certo brilho da pupila (aquela mancha mais escura no centro dos olhos). Com a catarata ainda presente, a pupila fica meio “mortiça”, sem brilho, e às vezes até dá para se notar uma mancha esbranquiçada na pupila. Mas não há como mudar a cor de um olho para verdes ou azuis.
Se algo não saiu como o esperado, é possível corrigir um eventual problema. O ideal, lógico, é se evitar qualquer tipo de re intervenção.
Não. Tampouco o cristalino artificial precisa de sofrer qualquer tipo de limpeza. O que acontece costuma ser uma opacificação secundária de uma membrana que é deixada por trás do cristalino artificial e que, com o tempo, pode levar a baixa de acuidade visual. Esta situação é que leva a maioria dos leigos a pensar que foi a catarata que voltou. O procedimento de capsulotomia posterior é feito com um laser especial, conhecido como YAG Laser e é feito em rotina de consultório.
Catarata é uma doença que afeta também os animais e os cães são os que mais apresentam este tipo de envelhecimento do cristalino natural. A mesma cirurgia realizada em humanos pode ser realizada em animais e muitos veterinários estão aptos a realizá-la com bons resultados.
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