Alterações Oculares

 

Muitos de nós apresentaremos em algum momento da vida algum tipo de problema nos olhos ou na visão.


Conheça aqui alguns dos problemas e alterações mais comuns e seus sintomas associados:

 
 
 
 
 

Glaucoma


O glaucoma é a segunda causa de cegueira em todo o mundo, afetando cerca de 3% da população acima dos 40 anos. Entretanto, pode ocorrer em qualquer faixa etária, e infelizmente, até crianças podem nascer com esta grave doença. Na forma congênita, que pode ocorrer unilateral ou bilateralmente, alguns dos sinais característicos são a presença de lacrimejamento contínuo, intensa fotofobia, diminuição da visão, aumento do globo ocular, lembrando o olho de um sapo (buftalmia)

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Diferentemente da catarata, que produz uma cegueira passível de reversão completa, o glaucoma pode levar a uma situação irreversível, e cujo tratamento exige permanente controle desde o momento de seu diagnóstico.

De caráter hereditário, o único meio que os oftalmologistas dispõem para detectar a sua presença, constitui-se na medida da pressão intra-ocular e na avaliação das condições da cabeça do nervo óptico. O risco de os descendentes em primeiro grau apresentarem glaucoma pode chegar a 40%. Famílias onde um caso tenha sido diagnosticado e esteja em tratamento, é recomendável que os parentes mais próximos façam um check-up ocular, qualquer que seja a idade.

Até muito recentemente os especialistas tratavam o glaucoma preocupados em evitar que a pressão intra-ocular ultrapassasse 20 mmHg, limite tensional estabelecido durante muitos anos como sendo o máximo que o nervo óptico poderia suportar sem ser danificado. Tais danos se caracterizam por mudanças na coloração do nervo e pela disposição mais a nasal dos vasos sangüíneos aí localizados.

Mas por quê muitos olhos, com a pressão bastante inferior àquele limite, podem caminhar irreversivelmente para a perda de campo visual e atrofia do nervo óptico?

Vários pesquisadores formularam uma possível resposta : o problema não se limita apenas em reduzir a pressão, mas muito mais importante, em se aumentar o fluxo de perfusão sangüínea do nervo óptico.

Baseado neste raciocínio, modernos métodos de diagnóstico possibilitam avaliar mais precocemente a presença da doença, enquanto novos medicamentos baseados no que se chama de co-regulação, permitem atuar nos dois extremos do problema. O objetivo hoje não é apenas manter a pressão intra-ocular abaixo de 20 mmHg, reduzindo-a o máximo possível, mas impedir a destruição das células ganglionares retinianas.

Neste sentido novas drogas estão disponíveis no mercado e compete ao oftalmologista apontar qual é mais adequada em cada caso.

Exames com modernos equipamentos computadorizados de campo visual, fotografias estereoscópicas da cabeça do nervo óptico, testes de provocação, o olhar clínico do oftalmologista acompanhando de perto eventuais mudanças no fundo de olho, possibilitam novas e formidáveis oportunidades de se rastrear e controlar esta terrível doença, cuja evolução pode passar totalmente despercebida aos seus portadores.

No campo da cirurgia antiglaucomatosa, novos avanços estão sendo incorporados no dia-a-dia ao armamentarium oftalmológico. Modernas técnicas conhecidas como não perfurantes já estão sendo empregadas, com a finalidade de se reduzir algumas possíveis complicações inerentes aos procedimentos utilizados atualmente.

O glaucoma consiste em um acúmulo anormal do humor aquoso, líquido que se forma no interior do globo ocular e responsável pela nutrição de diversas estruturas intra-oculares. Por diversas circunstâncias, quando ele não é eliminado na mesma velocidade com que é secretado, acaba por aumentar a pressão dentro do olho, e com isto, leva gradualmente a uma isquemia do nervo óptico.

Com o aumento da pressão intra-ocular, vai ocorrendo perda gradativa de células fotoreceptoras retinianas, e finalmente, uma neuropatia óptica isquêmica acaba por se instalar, com conseqüente atrofia do nervo óptico. Neste estágio final, nada mais a oftalmologia poderá fazer em benefício dos pacientes afetados.

Apesar de muitos leigos conhecerem a palavra, ainda falta uma maior conscientização da própria população no sentido de compreender melhor o significado da doença, e do que ela mesma pode fazer para se acautelar das suas conseqüências.