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Intercorrências entre Medicamentos

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Devemos sempre nos lembrar que qualquer medicação não é totalmente inócua, podendo provocar efeitos secundários e, por vezes, absolutamente adversos.


C abe ao médico julgar o risco/benefício no emprego de quaisquer medicamentos e ao paciente levar ao seu conhecimento quais está usando, além de oferecer todas as informações que tiver ao seu alcance sobre seu estado geral.

Na área da urologia, por exemplo, alguns medicamentos têm sido administrados nos casos de hiperplasia benigna da próstata com a finalidade de facilitar a micção, atuando em determinados bloqueadores alfa-1, presentes tanto no trato urinário (bexiga e próstata) quanto no tecido da íris (parte colorida do olho). Dentre eles destacam-se a tansulosina (Flomax® nos EUA, Cecotex® no Brasil) e o chá de couro, extraído da flora medicinal brasileira. Em conseqüência de seu uso, recentemente foi observado que durante a cirurgia de catarata podem ocorrer dificuldades em se manejar com a íris, exigindo cuidados extras na manutenção da midríase (pupila dilatada). Nestas situações a íris tende a se prolapsar para a ponteira da caneta do facoemulsificador e tal quadro recebe o nome de Intraoperative Floppy Íris Syndrome (IFIS).


É importante o oftalmologista ser avisado se o paciente está usando tais medicamentos para tomar as devidas precauções e reduzir ou anular tais complicações intra-operatórias.

Outra droga, cloridrato de oxibutinina (Renitec®), é um anti-espasmódico urinário amplamente usado para o alívio dos sintomas relacionados com a dificuldade de micção. Mas está contra-indicado em pessoas portadoras de glaucoma de ângulo estreito ou fechado. Eventualmente, nestas situações, a droga pode provocar uma midríase (pupila dilatada) elevando-se a pressão intra-ocular a patamares bastante elevados e desencadeando um quadro de glaucoma agudo que vai exigir um tratamento de urgência oftalmológica.


Dr. Miguel Padilha
Dr. Miguel Padilha
Membro Titular do Conselho Brasileiro de Oftalmologia