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Preservando a visão

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Redobrando os cuidados com os olhos
13/09/2016
 

De acordo com a KRC Research, líder global de pesquisas de mercado, um Indice da Saúde Ocular levantado em 11 países, incluindo o Brasil, revela que 44% dentre 11 mil entrevistados julgam que só necessitam procurar um especialista se os olhos apresentarem algum problema perceptível. Equivocadamente deduzem se “eu posso ver, meus olhos são saudáveis”.


O utra constatação daquele estudo demonstra que quatro em cada dez pessoas acreditam que o único motivo para visitar um oftalmologista seja para buscar uma receita de óculos.

Curiosamente, mesmo sem demonstrar preocupações com os corretos cuidados com a saúde de seus olhos, 70% preferem perder a audição, o olfato, pernas ou braços, mas não suportariam viver sem enxergar. Nem é necessário chegar a este extremo : basta uma pessoa perceber uma alteração qualquer em seu campo visual, como presença de flashes, moscas volantes (manchas ou pontinhos pretos), embaçamento visual ou qualquer tipo de desconforto ocular, para se dar conta da enorme importância que a visão desempenha em sua vida cotidiana.

Apesar de todos os avanços observados na oftalmologia, principalmente nestes últimos 60 anos, ela ainda não dispõe de soluções para resolver várias doenças oculares, como a retinose pigmentar, o descolamento total de retina, as lesões cicatriciais maculares ou as graves neuropatias ópticas glaucomatosas. Repassar para o portador de uma destas doenças a incapacidade de devolver-lhe a tão almejada visão representa um dos desafios mais dolorosos que o oftalmologista enfrenta em sua rotina. Percepção de luz e amaurose são eufemismos para não se dizer cegueira, palavra que se transforma em um verdadeiro pesadelo para aqueles acometidos por tão grave deficiência.

Em contrapartida, tecnologias de última geração permitem que avanços notáveis sejam experimentados pelos pacientes, principalmente na área da catarata, com a implantação de cristalinos artificiais; na correção cirúrgica da miopia, hipermetropia, astigmatismo, vista cansada com excimer laser; o melhor controle clinico e cirúrgico do glaucoma, incluindo uso de “stents”, ou em diversas cirurgias vitreorretinianas em doenças do segmento posterior.

Agora mesmo uma nova era se descortina para o tratamento da degeneração macular exsudativa e o edema macular provocado pela retinopatia diabética, com o advento de novas drogas antiangiogênicas com o objetivo de inibir fatores de crescimento vascular, substrato da doença que compromete a visão central de seus portadores.


Tantos benefícios advindos da incorporação de técnicas cada vez mais sofisticadas, exigem dos especialistas uma permanente e denodada busca pelo aprimoramento na conquista e absorção destes novos armamentos médicos, investindo muito mais tempo e recursos para dominá-las integralmente.

Dificilmente um médico nas décadas de 1960 ou mesmo na de 1980, quando exercia razoavelmente uma medicina generalista, conseguiria acompanhar de forma aprofundada o que acontece hoje em cada especialidade médica. Para o bem ou para o mal, a superespecialização médica ganhou contornos inimagináveis que exigem, sem dúvida, uma reavaliação.

Mas o aspecto mais importante levantado pela pesquisa da KRC Research, é a validade dos exames de detecção precoce de muitas doenças oculares. Pelo menos ao nascer, no início da alfabetização, na adolescência e aos 40 anos, uma consulta oftalmológica pode rastrear uma centena de doenças não percebidas pelos seus portadores. Daí em diante, o especialista poderá ditar com mais propriedade os intervalos para futuras avaliações.


Dr. Miguel Padilha
Dr. Miguel Padilha
Membro Titular do Conselho Brasileiro de Oftalmologia