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Perspectivas (novas) em oftalmologia
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Dentro do globo ocular existe um espaço preenchido por um gel, chamado vítreo e que, de certa maneira, dá o “tônus” ocular. Sem esta gelatina natural, o globo ocular seria muito flácido e mais propenso a apresentar uma série de problemas.


A o longo de grande parte da vida, este gel tem uma consistência mais sólida, mas que vai, progressivamente, se liquefazendo parcialmente. Com esta mudança de consistência, este vítreo vai se “despregando” da retina e isto pode provocar efeitos luminosos, como se fossem flashes. Seus portadores percebem como se alguém estivesse tirando fotos com flashes próximos deles. Ou percebem pequenos corpúsculos escuros no campo visual, parecendo “moscas” voando em torno deles. Em casos mais graves, o sintoma mais preocupante é quando descrevem ter a sensação de uma teia de aranha se movendo frente a um dos olhos. Raramente isto acontece de forma bilateral.

Tais flashes ou moscas volantes significam um descolamento posterior do vítreo e, muitas das vezes, têm caráter benigno. Mas exigem serem examinados por um oftalmologista, principalmente em pacientes míopes, portadores de hipertensão arterial ou diabéticos. Nos pacientes míopes pode significar um pequeno rasgão na retina e quanto mais cedo esta situação for detectada e corrigida, melhor o prognóstico visual. O que de início pode ser uma ruptura retiniana, pode se transformar num descolamento de retina.

Em hipertensos ou diabéticos pode significar a presença de hemorragias retiniana ou vítrea. Quando estas hemorragias ocorrem de forma maciça, comprometendo todo o corpo vítreo, a visão piora sensivelmente e um dos tratamentos pode ser o repouso absoluto. Em outras situações pode se tornar necessário remover o sangue impregnando o vítreo. Tal cirurgia tem o nome de vitrectomia. Em outros casos, pode ser feita a fotocoagulação da retina com laser de argônio. Cada situação deverá ser analisada criteriosamente.

Outra situação bastante falada se refere a injeções de um medicamento especial dentro do olho ou intravítrea. Este é um procedimento que se transformou em rotina para se tratar edemas de retina, especialmente da área macular (vide o post Degeneração Macular Relacionada à Idade DMRI), e também nos casos de hemorragias intraretinianas. Geralmente podem ser necessárias várias injeções com substâncias conhecidas como antiangiogênicas, desde três a um número máximo a ser decidido pelo especialista. Feita com anestesia local, é aconselhável fazer tal procedimento em ambiente cirúrgico mas com alta imediata.


Dr. Miguel Padilha
Dr. Miguel Padilha
Membro Titular do Conselho Brasileiro de Oftalmologia